Anomia / Urbs_opsis
EBP, Andrea Vilanova, Brasil

Anomia nomeia uma série produzida pelo artista Luiz Baltar. Como o tecido do sonho, o trabalho de Baltar se compõe de fragmentos, imagens próprias e apropriações, “memórias pessoais e coletivas”, tudo entrelaçado pelo “sentimento profundo de desânimo com o futuro”. Como manejar elementos tão heterogêneos de modo a plasmar realidade? Arte e sonho se tocam.
Baltar rasga e recompõe a cidade. Escombros, estilhaços, devastação encontram interpretação fora da boa forma e da ordem. Libera do caos um desassossego que transborda da imagem e ganha vida. Se para o artista, Anomia é a “biopsia visual de um colapso”, talvez para nós o sonho, que só pode ser tomado a partir de seu relato, possa ser pensado como biopsia verbal de um fracasso, testemunho da vida que em nós insiste.